sábado, 25 de julho de 2009

AFINIDADE...


Não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades. Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto de onde foi interrompido. AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida. É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial. Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas. AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem, sensibilizam. AFINIDADE é receber o que vem de dentro
com uma aceitação anterior ao entendimento. AFINIDADE é sentir com… Nem sentir contra, sem sentir para…
Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo. É olhar e perceber.
AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar…..
AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou.
Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram.
Foi apenas a oportunidade dada (tirada)
pelo tempo para que a maturação
pudesse ocorrer e que cada
pessoa pudesse ser cada vez mais.


(Arthur da Távola)

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