Não me peçam razões,
que não as tenho,
Ou darei quantas queiram:
bem sabemos
Que razões são palavras,
todas nascem
Da mansa hipocrisia
que aprendemos.
Não me peçam razões
por que se entenda
A força de maré
que me enche o peito,
Este estar mal no mundo
e nesta lei:
Não fiz a lei e
o mundo não aceito.
Não me peçam razões,
ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais
é que amanhece
A cor de primavera
que há-de vir.
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