Podemos falar abobrinhas,
desde que sejam temperadas com riso,
desde que sejam temperadas com riso,
esse tempero que faz tanto bem.
Não precisa ter pauta, seguir roteiro,
deixa a conversa acontecer de improviso,
deixa a conversa acontecer de improviso,
uma lembrança puxando a outra pela mão,
mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim.
mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim.
Dessas coisas. De outras parecidas.
Ouve também com os olhos.
Ouve também com os olhos.
Escuta o que eu digo quando nem digo nada:
a boca é o que menos fala no corpo.
a boca é o que menos fala no corpo.
Não antecipe as minhas palavras.
Não se impaciente com o meu tempo de dizer.
Não se impaciente com o meu tempo de dizer.
Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão
se arrumar toda para responder.
se arrumar toda para responder.
E se não quisermos, não pudermos, não soubermos,
com palavras, nos dizer um pouco um para o outro,
senta ao meu lado assim mesmo.
com palavras, nos dizer um pouco um para o outro,
senta ao meu lado assim mesmo.
Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra
até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente
se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado
até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente
se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado
e deixa o meu silêncio conversar com o seu.
Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.
(Ana Jacomo)
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