quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



Há sem dúvida  quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada 
Três tipos de idealistas, 
e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, 
se puder ser, ou até se não puder ser…


E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço...
Um supremíssimo cansaço.
(Fernando Pessoa)

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